Em sua primeira entrevista a um canal aberto de televisão, a TVT, também a primeira com um veículo de imprensa depois da publicação das denúncias do The Intercept Brasil, que expuseram a farsa jurídica em torno da Operação Lava Jato, o Ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou toda a sua indignação aos jornalistas Juca Kfouri e José Trajano. A conversa, de duas horas, vai ao ar nesta quinta-feira, dia 13 de junho, às 20h. Kfouri adiantou que Lula está sentindo que a sociedade agora começa a tomar conhecimento de tudo aquilo que ele já dizia há muito tempo e de que isso só reforça a injustiça de sua prisão
De acordo com Kfouri, Lula também propôs à Rede Globo que faça um debate entre ele, Sérgio Moro e Delton Dallagnol. O site de jornalismo investigativo iniciou no domingo a publicação de uma série de reportagens sobre a relação entre o ex-juiz Sergio Moro, o procurador Deltan Dallagnol e outros integrantes da Lava Jato.
‘Agora todo mundo está vendo que não era só discurso’, diz Lula sobre Moro
De acordo com o que publicou até o momento, o Intercept teria farto material exclusivo obtido com uma fonte anônima. O conteúdo em mãos do site dirigido pelo jornalista Glenn Greenwald teria ainda informação que extrapola o núcleo da Lava Jato. Além de diálogos interceptados em grupos de Telegram, aplicativo de chat, haveria mais aúdios, vídeos e textos trocados entre integrantes da operação. E incluiria parlamentares, outros membros do Poder Judiciário, do Executivo, empresas, inclusive de comunicação e jornalistas.
A relação de Moro, procuradores e agentes da Polícia Federal com a imprensa foi parte essencial para o “sucesso” da Lava Jato, como em várias oportunidades admitiu o próprio ex-juiz de primeira instância. Profissionais influentes das principais redações foram o principal canal de vazamento seletivo de informações sigilosas por parte da operação. E por meio desses vazamentos orquestrou-se a agenda das operações – não raras vezes combinada com calendários eleitorais que afetaram as eleições de 2014, 2016 e 2018.
A própria velocidade com que tramitou o processo do caso do tríplex do Guarujá teve o objetivo de levar Lula à prisão antes que pudesse disputar a eleição do ano passado. O Ex-Presidente foi impedido, inclusive, de conceder entrevistas antes do pleito para que não pudesse defender a chapa de Fernando Haddad (PT) e Manuela D’Ávila (PCdoB)
Fonte: Rede Brasil Atual