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Durval Ângelo: Não hesitemos em resistir

Durval Ângelo: Não hesitemos em resistir
out 18, 2016 | Artigo, Notícia | 0 comentário |

Durval Ângelo: Não hesitemos em resistir

Você diz:
Nossa causa vai mal.
A escuridão aumenta. As forças diminuem.
Agora, depois que trabalhamos por tanto tempo
Estamos em situação pior que no início. (…)

O trecho abre o poema “Aos que hesitam”, de Bertolt Brecht, e me veio à lembrança, assim que tomei conhecimento da aprovação em primeiro turno da famigerada PEC 241, pela Câmara Federal. Não bastasse a onda de conservadorismo e intolerância, o golpe contra a democracia, a retirada de direitos, o partidarismo do Judiciário, a entrega de nosso patrimônio ao capital internacional, o aumento da repressão à livre manifestação e a ascensão ao poder do que há de mais retrógrado e corrupto na política deste país, agora mais essa!

Apresentada pelo governo golpista como a tábua de salvação, a única maneira de impedir que o país quebre, a PEC 241 traz em seu contexto um verdadeiro sacrifício dos pobres. Ela prevê que nos próximos 20 anos, os gastos públicos permaneçam no mesmo patamar de hoje, ou seja, que até 2036, o único ajuste de recursos seja o da inflação anual. Se a princípio, a proposta pode parecer simpática, na linha da austeridade, sua face se desfigura quando consideramos que o Brasil está entre os países que menos investem em áreas sociais fundamentais. Na saúde, por exemplo, o gasto por habitante é de míseros R$ 1.400 por ano, menos de R$ 4 por dia, enquanto nos Estados Unidos, chega a R$ 15 mil. Situação não muito diferente é a da educação, fator preponderante para o desenvolvimento de qualquer nação. O gasto anual é de aproximadamente R$ 10 mil por aluno do ensino básico, enquanto em países desenvolvidos, o montante é de três vezes mais.

Não é preciso ser economista para chegar à conclusão de que tais serviços só tendem a piorar, levando a um atraso sem precedentes. Afinal, o percentual de investimentos permanecerá o mesmo, enquanto a população continuará crescendo, devendo chegar 240 milhões de habitantes em 2036, segundo estimativas. No caso da saúde, levemos em conta, ainda, as perspectivas de envelhecimento da população, o que implica em custo ainda maior com o setor. Sem contar, as previsões de queda do emprego formal, que levará ao aumento dos usuários dos sistemas públicos de saúde e educação. As demais áreas do serviço público não fogem à regra, como a segurança pública, transporte, assistência social e meio ambiente, cuja tendência é de estrangulamento.

Frente a mais este desastre iminente, fui tomado por sentimentos diversos. Primeiro, a revolta. Afinal, havíamos trabalhado tanto para promover a inclusão social e retirar milhões e milhões da miséria! Depois, o desânimo, ao vislumbrar pela frente um cenário de escuridão para a maioria dos cidadãos deste país. Sim, nossa causa vai mal, admiti, constatando que o baque havia sido grande para as forças de esquerda, as quais se veem agora obrigadas a uma autocrítica, de modo a identificarem suas responsabilidades. E de novo, como um alerta, o poema se fez atual…

Mas o inimigo está aí, mais forte do que nunca.
Sua força parece ter crescido. Ficou com aparência de invencível.
Mas nós cometemos erros, não há como negar.
Nosso número se reduz. Nossas palavras de ordem
Estão em desordem. O inimigo
Distorceu muitas de nossas palavras
Até ficarem irreconhecíveis. (…)

O que fazer? Jogar a toalha e entregar o Brasil de bandeja para os usurpadores? – perguntei-me. O

militante revolucionário falou mais alto que o desânimo. Sim, cometemos erros e é urgente assumi-los e rever velhas práticas. Mas também acertamos, possibilitando mudanças estruturais que trouxeram um quinhão de justiça social a esta injusta nação. Busquemos nestes acertos a motivação para resistir e nos erros, a bússola, a nos indicar, sobretudo, os caminhos que não devemos trilhar – conclamei a mim mesmo. Como nos instiga o poeta, se o momento é de autocrítica, é também de aglutinar forças para organizar a resistência:

Daquilo que dissemos, o que é agora falso:
Tudo ou alguma coisa?
Com quem contamos ainda? Somos o que restou, lançados fora
Da corrente viva? Ficaremos para trás
Por ninguém compreendidos e a ninguém compreendendo? (…)

Ainda somos “corrente viva” e, como tal, precisamos lutar para trazer à luz o que está oculto. Há que se explicitar para todos, por exemplo, que a PEC 241 representa arrocho somente para as classes média e baixa. Enquanto isso, os ricos continuarão pagando poucos impostos, seja sobre seus imensos patrimônios, seja sobre seus muitos investimentos com rendimentos estratosféricos. Incentivemos as pessoas a questionarem: por que a conta será paga pelos pobres, e não por grandes empresários, banqueiros e latifundiários? Não será porque são eles que dão as cartas, ao colocarem no poder os políticos que os representam e usarem a grande mídia para conquistar a opinião pública?

Que ninguém se iluda! Colocada em prática, a “PEC do Fim do Mundo” tornará pobres ainda mais pobres, transferindo renda para o 1% de milionários (270 mil pessoas) que já detêm 48,5% da renda bruta do país, conforme relatório divulgado em maio pelo Ministério da Fazenda.

Mais do que nunca, é preciso conscientizar, organizar e mobilizar, a fim de apresentar ao povo brasileiro a real dimensão do cenário de retrocesso e desconstrução do Estado Democrático de Direito. Neste sentido, as esquerdas têm pela frente a difícil tarefa de superar divergências partidárias e de projetos político-ideológicos para construir um programa comum, com vistas a barrar a sanha fascista que assombra o país. Não hesitemos, em resistir, pois, como afirma Brecht, a resposta está em nós:

Precisamos ter sorte?
Isto você pergunta. Não espere

Durval Ângelo é deputado estadual e líder do Governo na ALMG

Foto e fonte: Pautando Minas

Tags: ALMGartigoDeputado Estadualdurval ângeloGoverno Golpista Michel TemerMinas GeraisPTptmg
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